Ficção participativa

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EDUARDO FIORA

Em seus site, a Secretaria de Participação e Parceria, criada em 2005, apresenta-se como instância que tem por objetivo “ aproximar a sociedade civil da administração pública. As coordena- dorias que compõem a secretaria absorvem propostas e reivindicações visando inserir os cidadãos nas resoluções adotadas pela administração”. Porém, na região da Subprefeitura da Lapa, esse quadro idealizado pela atual gestão municipal não passa de mera peça de ficção.
Ao sustentar tal afirmação não fazemos usos de uma simples expressão retórica. Apontamos, isto sim, para um lamentável fato, que se comprovou, de forma inequívoca, na quinta-feira, 17, data da realização da Plenária Regional de Participação. O evento reuniu, no Itaim, as subprefeituras da Lapa, Pinheiros, Butantã, Ipiranga, Vila Mariana e Sé. Mas se o objetivo da Secretaria de Participação, ao incluir a Subprefeitura Lapa nessa Plenária, foi o de ouvir a comunidade dos bairros pertencentes a tal região administrativa, não há como deixar de admitir: a iniciativa fracassou.
Quem se atreveria a chamar de participativa uma Plenária da qual as comunidades locais foram totalmente ignoradas pela Subprefeitura da Lapa, a quem a Secretaria de Participação delegou a tarefa de divulgação do evento? Será que podemos classificar de abrangente uma Plenária que, no tocante à área da Subprefeitura da Lapa, contou com a presença de apenas 11 pessoas, incluindo dois profissionais do Jornal da Gente? E mais. Como considerá-la representativa se somente dois bairros, Lapa e Leopoldina maracram presença?
Diante desse quadro, seria oportuna a intervenção direta do secretário Gilberto Natalini, que recentemente manteve encontro reservado, portanto sem caráter público, com um grupo de lapeanos. Cabe a ele chamar, oficialmente, todas as comunidades de bairros como Jaguará, Barra Funda, Perdizes, Vila Anastácio, Jaguaré, entre outros, para uma nova e, desta vez, verdadeira Plenária.
A Secretaria de Participação e Parceria tem o dever de tornar público o que entende por comunidade participativa e que tipo de parceiros procura. Assim, nada melhor do que organizar um evento, de fato, participativo.
O Jornal da Gente se coloca à disposição do secretário para ajudar a concretizar tal iniciativa, com o obejtivo de restaurar o diálogo entre comunidades e prefeitura.

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