Mulheres denunciam violência

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Delegacia funciona na Corifeu de Azevedo Marques, 4300

Maria Isabel Coelho

Estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que as mulheres estão mais conscientes dos seus direitos e procuram com mais freqüência a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), para reclamar sobre crimes, que até pouco tempo quase não apareciam nas estatísticas policiais. São eles: agressão, ameaça contra a honra, estupro e atentado violento ao pudor.
Segundo dados do último levantamento da Secretaria, de janeiro a novembro de 2005 foram 25.222 atendimentos, sendo que 3.702 na região da 3ª DDM, que compreende bairros como Lapa, Leopoldina e Jaguaré.
Para a delegada da 3ª DDM, Maria Cristina Mazzarello, o que mais impressiona são os casos de crianças violentadas sexualmente. “A gente chega a se emocionar”, conta.
Entre os atendimentos mais comuns, segundo ela, estão as agressões referentes a homens, que muitas vezes agridem porque são alcoólatras ou usuários de outras drogas. “Quando suas companheiras denunciam, eles juram que vão melhorar e que isso não vai mais acontecer. Mas infelizmente elas voltam a ser agredidas. Na realidade, essas mulheres têm a expectativa de que a delegacia vai tirar o marido de sua casa. Mas não é assim. Aqui a gente encaminha o caso para o Fórum. Lá quem decide é o juiz”, afirma.
A delegada explica ainda que nos casos mais simples, o encaminhamento só acontece se a vítima realmente quiser processar o agressor. “Eu oriento na parte jurídica, mas não posso interferir na decisão da mulher. Quando a vítima quer que o caso seja encaminhado e se o crime for de menor potencial ofensivo e a lesão for leve, ela é quem decide se quer ou não dar andamento á queixa. Se decidir que sim, é feito o Termo Circunstanciado, que é encaminhado ao juiz. Nestes casos, a pena geralmente é uma cesta básica ou prestação de serviço à comunidade”, revela a delegada.
Já em situações mais graves, o inquérito é instaurado e todos são encaminhados ao Fórum, independente da vontade da vítima. “Quando existe risco de morte e a mulher se apresenta desesperada, verificamos vaga em abrigos e a encaminhamos para o local como medida de segurança”, conta Maria Cristina Para fazer uma denúncia é preciso comparecer á delegacia, levando documento de identidade (R.G.) e se possível com os dados do agressor: nome, sua filiação (nome do pai e da mãe) e data de nascimento, para facilitar na hora de fazer o termo e o encaminhamento do caso ao Fórum. Além disso, levar o nome e endereço completo da testemunha. A 3ª DDM fica na Avenida Corifeu da Azevedo Marques, 4300, no Jaguaré. Telefone: 3768-4664. Mais informações pelo site da secretaria www.policia-civil.sp.gov.br

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