Violência assusta lapeanos

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PM faz bloqueio para conter o vandalismo

Um bairro acuado por assaltos, furtos, arrombamentos, depredações e até mesmo homicídio. Esse é o triste cenário da Lapa no início de 2007. A região da Doze de Outubro, Rua Clélia e imediações são as duas áreas de maior concentração de crimes que assustam comerciantes e moradores locais.
Nas últimas semanas, a Doze de Outubro, principal centro comercial lapeano, foi palco da ação de bandidos que, nas madrugadas, invadiram pelo menos três estabelecimentos comercias, arrombando portas e levando mercadorias.
No 7º Distrito Policial, o delegado titular, Edson Leal, também confirma o registro de boletins de ocorrência de pedestres, vítimas da ação de assaltantes na região da Doze . Um morador do bairro, que prefere não se identificar, alerta para furtos na Rua Cincinato Pomponet. “É uma das áreas onde os bandidos agem com rapidez, levando bolsas e carteiras”, conta ele.
Mas o quadro mais grave do bairro da Lapa está a Rua Clélia, que continua vivendo madrugadas agitadas por causa dos freqüentadores da casa de balada Sampa Hall. Depois de noites marcadas por gritos, brigas e tiros além de um arrastão (na madrugada do dia 14 para 15), os freqüentadores baderneiros da casa norturna já fizeram pelo menos duas vítimas. Uma delas é Rodarte Pinto de Assis, de 25 anos, que se envolveu em uma briga e foi atingido na cabeça com uma barra de ferro na saída da balada na madrugada de sábado (20), sendo socorrido e internado no Hospital das Clínicas em estado grave. O menor A.N.S. de 17 anos, por sua vez, faleceu no Hospital Sorocabana após ter o pescoço cortado por outro jovem com cacos de vidro de uma garrafa, na saída da casa, na madrugada de domingo (21) para segunda (22).
As reclamações da comunidade de (perturbação do sossego e danos) e o medo dos clientes da Sampa Hall forçam as autoridades a buscar solucões para resolver os problemas provocados pelos baladeiros, que são atraídos pelos preços baixos das bebidas (R$ 1,00) vendidas nas badalas.
A Polícia Militar reforçou o trabalho de prevenção na região próxima à casa noturna. A região da rua Clélia, altura do 1517, foi fechada para uma operação bloqueio, que contou com a participação de 18 viaturas, na noite da última quarta-feira, 24, véspera do feriado de aniversário de São Paulo.
A noite era de balada country e os PMs abordaram para revista policial motoristas, pedestres e pessoas que se dirigiam aos shows promovidos pela Sampa Hall.
Segundo o major José Geraldo de Rezende, a noite foi tranqüila e sem problemas. “O importante é que as pessoas sintam que a Polícia Militar está atenta e atuando para a segurança de todos”, disse o militar, ao fazer um balanço sobre a operação, que irá se repetir em outras noites da semana.

Moradores entregam abaixo-assinado

Com o reforço policial na Rua Clélia e imediações, os moradores da região conseguiram dormir após semanas de verdadeiros pesadelos. Gritos, tiros, brigas e o quebra-quebra de vidros e portas durante o arrastão (dia15) deixaram os todos em estado de alerta.
Como se não bastasse os danos materiais, entre as cerca de 40 ocorrências registradas pela PM e pelo 7º DP da Lapa está uma internação (Rodarte Pinto de Assis) e a morte de um menor de 18 anos (A.N.S.).
Cansados dos transtornos e prejuízos, moradores e comerciantes de toda a região da rua Clélia coletaram assinaturas em pelo menos três abaixo-assinados, cada um com cerca de 1500 adesões, pedindo providências imediatas às autoridades, policiais, judiciárias e prefeitura, para conter os ânimos dos freqüentadores com o fechamento da casa noturna.
A reclamação é geral. Os comerciantes já contabilizam prejuízos por causa do empreendimento carioca. Ao contrário da semana de inauguração, quando os valores praticados pelo local eram mais elevados, os comerciantes e empresários, que não querem se identificar, reclamam. “Nos bares a cerveja é vendida a R$ 3,00 e lá dentro custa R$ 1,00. Fora isso, trabalhamos com medo”, reclama um deles, que preferiu não se identificar.

Resposta

A Sampa Hall informa que está tomando todas as medidas, dentro do que permite a Lei, para resolver os transtornos que ocasionalmente ocorreram. A primeira providência foi o aumento do valor dos ingressos, que a partir do dia 22 passou de R$ 20,00 para R$ 30,00 (homem sem convite) e de R$ 10,00 para R$ 15,00 (mulher sem convite), podendo os valores sofrer desconto de R$ 5,00 com a apresentação do convite acessado pelo site da casa, na Internet. A direção da casa informa, ainda, que a promoção de bebidas (cerveja, drinques e uísque)continua a R$1,00.

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