De olho no gestor

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A mudança do sistema de gestão do Pronto-Socorro da Lapa, que agora passa a ser coordenado pela Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FFM) – entidade de direito privado, sem fins lucrativos, criada em 1986 pela Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da USP) -, injeta importantes recursos orçamentários num pronto-atendimento totalmente sucateado.
Essa nova realidade impõe à sociedade civil organizada novos e grandes desafios: fiscalizar diretamente o destino das verbas liberadas pela Prefeitura para a conta bancária da FFM e avaliar o grau de qualidade dos serviços prestados.
Vale lembrar que por conta de lei municipal, os equipamentos de Saúde contam com um Conselho Gestor no qual as comunidades locais contam com representantes eleitos pelo voto direto.
Pouco se sabe, até aqui, da atuação do Conselho Gestor do PS Lapa, exceção feita ao trabalho da diretora do Pronto-Socorro, Vânia Maria de Almeida Prado, que ao longo dos nos últimos cinco anos não poupou esforços e se desdobrou para atender a população da melhor forma possível, num cenário de falta de médicos, equipamentos ultrapassados e almoxarifados sem capacidade de suprir a necessidades do pronto-atendimento. O empenho e dedicação da diretora foram reconhecidos pela comunidade em março, quando Vânia foi homenageada pelo Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs) por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Espera-se que ao assumir a gestão do PS Lapa, a FFM possa contar com o trabalho da atual diretora.
Quanto aos oito representantes da comunidade no Conselho Gestor do PS Lapa, a expectativa é que tais conselheiros busquem formas efetivas de monitorar o trabalho que será desenvolvido pela Fundação Faculdade de Medicina.
O cartão de visita da entidade vem atrelado o selo Universidade de São Paulo, o que lhe confere inegável credibilidade. Porém, num sistema de saúde municipal que delega a terceiros a responsabilidade de gestão de um equipamento público, a obrigatória transparência da atividade gestora da Fundação terá que ser avaliada pela sociedade, o que coloca em primeiro plano a atuação dos representantes da comunidade no Conselho Gestor.
A Secretaria de Saúde garante que o acordo com a FFM transformará o PS Lapa em equipamento modelo. Cabe aos conselheiros verificar se isso, de fato, acontecerá.    

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