Noite de chorões

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Roda de Choro

Nas noites de sexta-feira, pessoas sozinhas e casais vão chegando aos poucos e entram no edifício de número 186 da Rua Capital Federal. Nada na fachada do prédio sinaliza que naquele local funciona durante o dia um estúdio de ensaios onde bandas e artistas passam suas músicas. Mas nas noites de sexta-feira, o que atrai aquelas pessoas é mais uma apresentação de uma roda de choro que começa às 20h30 e termina à meia-noite.
Silvio Sampaio Garrido, o Silvinho, e o irmão Lincoln Garrido Sobrinho, o Sorriso, são os donos do estúdio, e com Izaias Bueno de Almeida, líder do grupo Izaias e seus Chorões, organizam este encontro musical. “Temos poucas regras. Só tocamos choro e para evitar bagunça ninguém pode beber bebida alcoólicas”, diz Silvinho, que promove essas noites de choro desde 2007.
A história começou na Pompeia, onde havia um grupo de chorões que se reuniam para tocar e cantar compositores como Noel Rosa, Pixinguinha, Jacó do Bandolin, Lupicínio Rodrigues e outros bambas. Silvinho e Izaias que participavam destas rodas e resolveram trazer para cá aquelas noites de choro. O simpático Sorriso avisa que “o choro é para quem gosta de música boa”, e ele participa com seu bandolim nas apresentações e ao término de cada música grita o seu bordão: “Isto é Brasil!”.
O espaço onde os chorões se apresentam é simples, bem rústico e a plateia fica em volta do pequeno palco, acomodada em cadeiras de plástico. Nas paredes de tijolo aparente, LPs com fotos de compositores como Pixinguinha, Adoniram Barbosa, Lupicínio Rodrigues, Nelson do Cavaquinho e Jacó do Bandolim em destaque, inspirando as noites dos chorões.
“Muita gente ligada à música e que nos conhece aparece para assistir e também participar da roda”, conta Izaias, que toca bandolim.
Na noite que a reportagem esteve presente, entre os espectadores estavam os músicos Danilo Brito, Marcos Baileu, Dona Inah e Tatiana Ubinha. Alguns deles entraram também na roda em substituição ao colega músico que fazia uma paradinha para um merecido descanso.
Segundo Silvinho, o público que comparece vem de todos os cantos da cidade. “Quem quiser aparecer, será bem-vindo”, diz. E é bom lembrar que não é cobrado ingresso. Se você gosta de choro, basta aparecer e curtir.

 

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