Debates de verão

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O ano começou sujeito a chuvas e trovoadas, mas o que era uma esperança de abastecimento nas represas do Sistema Cantareira que distribui água para grande parte da Cidade, não se concretizou. As tempestades causaram o caos com alagamentos e quedas de árvores. Na região da subprefeitura Lapa, do dia de Natal até agora, 21 árvores foram ao chão.

Como se não bastasse, a semana começou com moradores da região da Rua Catão e Pompeia reclamando a falta de energia. Eles perderam tudo que estava nas geladeiras. Condomínios e empresários tiveram que alugar geradores. As equipes da Eletropaulo só fizeram os reparos após dezenas de reclamações e protestos nas ruas. A “culpa” foi da chuva forte do domingo e da tarde de segunda-feira, não de um sistema ultrapassado da AES Eletropaulo que não consegue atender a contento nem os telefonemas dos consumidores que amargaram quase quatro dias sem luz. Para surpresa, a assessoria da concessionária informou à redação que não localizou nenhuma das dezenas de reclamações dos moradores da Catão mesmo depois que uma das equipes fez o reparo. 

Mas nem mesmo a chuva forte que caiu no fim da tarde de quinta-feira impediu que moradores e representantes de entidades dos bairros da Cidade lotassem o auditório da Uninove Vergueiro para a audiência pública de revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, apesar da pouca divulgação pela Prefeitura. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Melo Franco afirmou que as alterações foram feita com base nas propostas da sociedade nas oficinas do final de 2014. O texto teve mudanças importantes como o fim dos estoques de potencial construtivo e alteração em várias regiões onde o zoneamento era Estritamente Residencial, de Interesse Social ou Ambiental.  Quase 100% dos representantes de associações, em uma só voz, pediram mais audiências ao secretário para aprofundar o debate da Lei que servirá de base para reger o futuro da Cidade. 

O presidente da Amocity e a presidente da Assampalba pediram a impugnação da audiência, de quarta e a próxima do dia 21, e desaprovaram o texto da minuta do projeto de Lei. Com o gesto de união dos presentes, o secretário se comprometeu em rever os prazos. “Acho que está claro. A gente não precisa mais ouvir 80 falas.”, disse o secretário ao se comprometer em conceder mais tempo as audiências propostas por subprefeitura. 

Os debates de verão não param por aí. Distante pelo menos 12 km da Lapa, a SPObras (ligada a Secretaria Municipal de Infraestrutura) realiza outro encontro importante para o bairro: a audiência pública sobre o projeto da ponte que vai ligar Pirituba a Lapa, no CEU Vila Atlântica. Muitas acham estranho a audiência ser longe do local da obra e dos moradores e empresários que serão afetados pela construção. 

Se a união por melhor qualidade de vida se repetir, o debate da ponte promete ser quente como o verão. 

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