INQUIETAÇÃO REGIONAL

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Quem acompanhou, “in locu” ou via
Internet (transmissão inédita pelo site da Daqui TV), o desenrolar da
Audiência Pública Regional da revisão do Plano Diretor Estratégico da
Cidade (PDE), percebeu claramente que existe por parte dos moradores da
região da Subprefeitura Lapa um ponto em comum: a preocupação quanto
aos impactos altamente negativos que o crescimento urbano desordenado
impõe aos bairros da gente.
De fato, a livre expressão individual ou de grupos organizados durante
as três horas da plenária pública deu aos representantes da Câmara
Municipal – a quem cabe a análise do Projeto de Lei da revisão do PDE –
e ao governo Gilberto Kassab (autor do referido Projeto) a dimensão
exata dessa inquietação. Quem mora e/ou trabalha na região não se
posiciona contra o desenvolvimento, marcado essencialmente pelo boom
imobiliário, apenas defende, de forma absolutamente inequívoca, que
essa expansão deixe de acontecer de forma caótica e passe a ser
ordenada a partir de critérios capazes de garantir a qualidade de vida
local.
As manifestações populares durante a Audiência Pública fizeram ver ao
Legislativo e Executivo que, por exemplo já não é mais possível e muito
menos aceitável que se implante projetos imobiliários (comerciais ou
residências) sem levar em conta um leque básico de perguntas: a região
está preparada para a indução de gigantescos adensamentos como 170 mil
novas pessoas nos Distritos da Leopoldina e do Jaguaré? Como adensar
sem garantir a expansão e a requalificação do transporte público de
massa? As redes de drenagem e de distribuição de energia estão
dimensionadas para atender a esse crescimento? Se tal expansão se dá em
terrenos onde existia, prevalentemente, atividades industriais (boa
parte dela geradora de fonte poluidoras), como garantir a correta
descontaminação do subsolo (incluindo aí águas subterrânea) e solo
superficial?
Cabe aos vereadores, em particular ao G-8 (grupo de parlamentares
engajados com a região da Sub Lapa), que analisam a proposta do governo
de revisão do PDE avaliar ponto a ponto todas essas demandas, que,
basicamente, se expressam nas demais audiências organizadas em outras
subprefeituras.
O PDE é um instrumento a serviço de todos os cidadãos que moram em São
Paulo e, portanto, não pode, de forma alguma, ser usado para
privilegiar poderosos “lobbys” econômicos em detrimento dos interesses
coletivos.

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