Parque Villa-Lobos cobra por uso de gramado para festas

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Foto: Divulgação

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Cartazes delimitam áreas para piqueniques e festas

A partir de agosto, quem costuma frequentar o Parque Villa-Lobos foi surpreendido ao notar uma área de gramado cercada, que foi transformada pela Concessionária Reserva Novos Parques Urbanos, agora responsável pela administração do parque, em um espaço fechado para eventos. Essa área, batizada de Villa Pic Nic, pode ser locada pelos interessados em fazer uma festa ao ar livre – como aniversários e piqueniques -, que podem contratar inclusive serviço de buffet e monitores para brincar com as crianças.

Enquanto as festas estão sendo realizadas, essa área fica interditada ao público. De acordo com a concessionária, festas e piqueniques fora do espaço Villa Pic Nic podem continuar acontecendo, sem qualquer tipo de cobrança, em todos os outros locais do parque.

A iniciativa de criação desse espaço fechado tem gerado polêmica entre os usuários do Villa-Lobos. “Isso é um absurdo! O parque é público e não há sentido em cobrar para usar qualquer espaço lá dentro”, diz a publicitária Eunice Rodrigues, frequentadora assídua do Villa-Lobos.

Já o advogado e professor de Direito Ambiental Guilherme José Purvin de Figueiredo ressalta em seu blog o estado precário de conservação dos equipamentos do Parque Villa-Lobos, o que, segundo ele, não condiz com a cobrança para o seu uso. “Nos últimos anos, venho acompanhando o processo de destruição do conceito de interesse público no âmbito da administração dos parques urbanos em São Paulo. Caso emblemático é o do Parque Villa-Lobos: em contraste com o estado de deterioração das áreas para a realização de encontro entre amigos e familiares, surge, agora, cercas delimitando os gramados, uma invasão absurda do que era um espaço democrático”, ressalta.

Em nota, a concessionária explica que o contrato firmado com o poder público autoriza que a empresa explore, direta ou indiretamente, diversas atividades nos parques, incluindo a cessão para uso de espaços com finalidade comercial. De acordo com a Reserva, “as receitas serão revertidas em manutenção e melhorias na infraestrutura do parque”.

Em resposta à revolta de alguns usuários, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL) esclarece que o Parque Villa-Lobos continuará a ter áreas livres de cobrança para uso da população. “Os contratos de concessão de parques, incluindo do Parque Villa-Lobos, permitem a exploração comercial da área com a locação de imóveis, disponibilização de serviços, atrativos ou atividades especiais em que haja controle de acesso”, explica, em nota, a secretaria.

 

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