Escritora relembra o bairro

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Moradora desde 1916 na região da Lapa, Amélia Fedel Tieghi lança seu livro “Reminiscências… de uma Amélia Anarquista”, no próximo dia 28, às 19h30, no salão de festas da Paróquia Dom Bosco, no Alto da Lapa. A publicação traz histórias que Amélia viveu no bairro.
Dona de uma lucidez que provoca inveja a muitos jovens, ela completará 94 anos em 27 de setembro, um dia antes do lançamento da publicação. Nas 200 páginas de suas memórias, Amélia conta que nasceu em 1913, em Amparo, interior de São Paulo. “Viemos do interior à procura de dias melhores, depois da perda de nosso sítio, ali pelos arredores de Amparo. Chegamos à capital no ano de 1916. Encontramos moradia onde havia muita camaradagem e compreensão entre todos. Os espanhóis anarquistas viviam sempre protestando contra todo e qualquer governo. Cresci ali, e gostava muito daquela gente!…”, relata a escritora em seu livro que traz no título sua simpatia pelos anarquistas.
Época em que o transporte público era o bonde que ligava o bairro ao centro da cidade, não tinha esgoto, nem calçamento. “As crianças gostavam de brincar na terra e nas enxurradas”, recorda a senhora que morou na rua Duílio e Croata até se mudar para a Rua Jorge Americano.
Passeios na City

Entre as muitas passagens do livro, Amélia relata passeios na City Lapa. “Há um tempo atrás, lá pelos anos de 29 ou 30, não tendo aonde ir, minhas amigas e eu íamos pelos lados da City Lapa. Era tudo muito deserto e não havia muitas moradias. Não se ouvia falar de bandidos naquela época. Pulávamos corda, jogávamos peteca, apostávamos corrida e depois sentávamos na grama, para comer nosso lanchinho. Passávamos assim um domingo alegre e feliz!”, conta ela no Capítulo 8, sobre Passeios.
Ela conta, ianda, que costumava subir pela Rua Tito e chegar no final da Rua Caio Graco, onde tinha um conjunto de casas, uma Vila Operária. “Era tudo deserto, muita “barba de bode”, mato. Bem pouca gente morava por aqueles lados. Havia um córrego que fazia divisa entre a Água Branca e a Vila Pompéia….Hoje está tudo mudado, é tudo cidade, não tem mais campo, muito menos “barba de bode. Era um tempo bom, ficou na memória e na nossa saudade!”
O livro todo escrito pela própria Amélia tem colaboração da geriatra Alda Ribeiro, que deixou o consultório para se dedicar à educação do público maduro (em especial mulheres na faixa etária entre 40 e 90 anos). O lançamento será dia 28, às 19h30, na Paróquia Dom Bosco, no Alto da Lapa.

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