Cemitério é palco de violência

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Floristas e funcionários do cemitérios pedem mais segurança

Moradores do Parque da Lapa e floristas que atuam nas imediações do Cemitério Municipal estão assustados com repetidos episódios de violência na região. Um dos mais graves ocorreu na tarde de de outubro. Por volta das 14h30,bandidos renderam 20 pessoas (entre elas uma mulher grávida) que estavam na área da Administração do Cemitério da Lapa, trancando-as no banheiro. A quadrilha invadiu o setor administrativo e levou o dinheiro que havia no caixa. “Nem quero lembrar a angústia que vivi naquela tarde”, afirma uma das vítimas.
Ao serem indagados sobre a presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no local, os usuários do cemitério argumentam indignados. “Ela ainda existe? Se existe não passa por aqui”.
Recentemente, o JG questionou o fato de haver um grande contingente da GCM na Rua Doze de Outubro, enquanto áreas como o Pelezão e Cemitério da Lapa ficavam sem a proteção da corporação. Como muitos moradores questionavam esse tipo de logística da Guarda Civil, o jornal colocou o assunto em discussão na reunião do Conselho Comunitário de Segurança da Vila Leopoldina realizada em setembro. A mesa de trabalhos do Conseg leopoldinense julgou essa questão não pertinente, argumentando que a “concentração da Guarda Civil na Doze era um assunto a ser tratado no Conseg da Lapa”.
A violência à qual foram submetidos 20 cidadãos paulistanos que estavam no Cemitério, bem como o fato de muitos túmulos terem violados por quadrilhas, mostra que o panorama no centro comercial da Lapa tem, sim, relação direta com a falta de segurança na Leopoldina. “Se a CGM se mostrasse presente no cemitério ela inibiria a ação de marginais. Como eles sabem que o local está sempre desprotegido, aproveitam para agir”, afirma o presidente do Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consab´s) e Relações Públicas da Associação dos Delegados da Polícia Federal – Seção São Paulo, José Benedito Boneli Morelli.
Mas as queixas da comunidade não se restringem ao policiamento da GCM. Ela também pede uma presença mais efetiva da Polícia Militar. “Muitas casas aqui no Parque da Lapa já foram assaltadas. Queremos mais policiamento no bairro”, reclama uma moradora que não quis se identificar. O comando da Polícia Militar na região rebate os moradores, confirmando que o Parque recebe a mesma atenção dada a outras áreas sob responsabilidade da 2ª Companhia do 4º Batalhão da Polícia Militar. (EF)

Falta efetivo

Questionado pela reportagem do Jornal da Gente sobre a presença de cerca de 30 guardas civis na região da Rua Doze de Outubro e ausência deles em outros espaços municipais como o Cemitério e o Mercado da Lapa, onde uma pedestre teve a carteira furtada há cerca de um mês, o comandante da Guarda Civil Metropolitana, coronel Rubens Casado, disse que a GCM é chamada para acompanhar as ações das Subprefeituras. “A presença de guardas no centro comercial da Lapa é para evitar a ocupação das ruas pel. Na região da Lapa somos criticados, mas nossa presença na Rua Doze de Outubro é justamente para impedir tumultos e garantir a segurança das autoridades municipais e da comunidade”, comentou ele.
O comandante justifica a ausência de guardas em outras áreas municipais devido à falta de efetivo. “O previsto para a GCM são 15 mil guardas, mas temos apenas cerca de 6 mil. Não dá para atender a demanda”, explica Rubens Casado.
O coronel reclamou, ainda, da burocracia para a admissão de novos guardas. “Conseguimos verba para a contratação de mais 500 homens. Mas nós lutamos com a falta de efetivo e esbarramos numa legislação péssima. Para se ter uma idéia, conseguimos chamar apenas 250 dos 500 previstos para contratação no primeiro semestre do ano”, informou o comandante. (MIC)

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