ZEIS na Barra Funda serve de modelo

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Enquanto o poder coloca em segundo plano a viabilização das chamadas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), o setor da construção civil começa a dar sinais de que é possível fazer com esse tipo de zoneamento, que prioriza habitações para a população de renda mais baixa, deixe de ser letra, como acontece na Vila Leopoldina, letra morta no Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade.
É o caso da incorporadora Bueno Netto disposta abraçar a legislação em vigor estabelecida no PDE para construir torres residenciais e comerciais numa área ZEIS na Avenida Marquês de São Vicente, próximo aos Centros de Treinamento do São Paulo e do Palmeiras. O projeto prevê a comercialização de condomínios classificados como Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP) ao lado de torres para uma faixa rena superior, além de blocos comerciais. “Este empreendimento irá alterar o perfil da região da Barra Funda, modernizando e tornando-a mais residencial, diz Adalberto Bueno Netto, presidente da incorporadora”.
Na faixa HIS, que contempla famílias com renda até 6 salários mínimos (R$ 2.490) serão oferecidas 742 unidades de dois dormitórios e área de 45 m². “Como determina o PDE, a ZEIS deve contemplar também a construção HMP. Beneficiando famílias com renda de até 16 salários mínimos (R$ 6.640). Assim vamos oferecer 221 unidades de 70 m² e preço máximo de R$ 170 mil”, explica Bueno Netto. “ Temos interesse em outras Zeis, pois conseguimos montar um modelo de negócio rentável para esse tipo de projeto”, acrescenta o empresário.
Segundo ele, a rentabilidade do novo negócio virá, basicamente, da venda de apartamentos de 100 m², ou seja, 20% do empreendimento e de parte do que for comercializado na faixa HMP.

ZEIS- Humaitá:
futuro incerto

No Jardim Humaitá, o destino da Rua Rodrigo Daunt, atrás do ITM-Expo, numa área considerada Zeis, é incerto. Em setembro de 2007, ao por fim a um conjunto de subhabitações no local, a Coordenadoria de Assistência Social da Sub Lapa acenava com a construção de uma praça com apoio do próprio centro de feiras de negócios da Leopoldina. Isso contrariava discursos anteriores da subprefeita Luiza Eluf, que, publicamente, assumira a defesa desse tipo de zoneamento.
Questionada a respeito desse assunto, a subprefeitura, por meio de sua Assessoria de Imprensa diz que “não existe projeto de parceria” (para a construção de praça). Contudo, a ela não esclarece que tipo de uso defende para a Rua Rodrigo Daunt: equipamento de lazer e recreação ou a efetivação de uma Zeis, conforme determina, legalmente, o Plano Regional Estratégico (PRE-Lapa).

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