Diálogo ambiental

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Essa semana, grupos com páginas na rede social e WhatsApp usaram o espaço virtual para o debate acalorado sobre a ação do Plantio Global de 300 mudas (#globalplating #plantioglobal), que estava previsto para acontecer neste domingo em parte do canteiro central da Avenida Gastão Vidigal (em frente à Cobasi), próximo ao 91º Distrito Policial da Vila Leopoldina. A ação foi cancelada pelo prefeito regional Carlos Fernandes em meio à discórdia entre organizadores e moradores do bairro sobre o evento.

Na verdade, a discussão não foi sobre o plantio e sim pelo volume de mudas e escolha do local: um trecho do canteiro central da avenida que já tem árvores, uma ciclovia e algumas barracas de moradores de rua, herança da gestão anterior da prefeitura.

Em uma cidade como São Paulo, a cada dia com mais prédios e menos verde, as árvores são sempre bem vistas. A ação colaborativa global tem o objetivo nobre de congregar grupos que incentivam a criação de novos grupos para fazer plantios em data determinada, ampliando a conscientização, troca de experiências e práticas ambientais para auxiliar na construção de políticas públicas para o setor.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Vila Leopoldina, Jairo Glikson foi um dos que se manifestou contra o plantio no canteiro da avenida. Para ele, o local não era mesmo adequado por ter conflito social instaurado, drogas e furtos. Com base no mesmo argumento, a diretoria da Associação Viva Leopoldina também foi contra o local escolhido para a ação. A polêmica ganhou força depois que o Plantio Global foi anunciado na reunião do Fórum Social da Vila Leopoldina (dia 7) e depois na reunião do Conselho Participativo Municipal. Conselheiros e moradores reclamaram da falta de diálogo da ação dada como certa pelo grupo de organizadores para o plantio de 300 mudas de árvores no trecho do canteiro para formação de floresta urbana.

Diante das desavenças, o prefeito regional Carlos Fernandes assumiu a responsabilidade do debate sobre o Plantio Global, na última reunião do Conseg Leopoldina, antes mesmo que prós e contras iniciassem nova discussão. Fernandes reafirmou o que já tinha postado em páginas da rede social sobre o cancelamento da ação na Leopoldina, mas o Plantio Global vai ocorrer neste domingo no parque municipal Chácara do Jóquei, a partir das 10h. Sem dúvida um local apropriado para uma ação de tamanha importância para a Cidade. O verde virou mesmo uma preocupação na região. Essa semana, o morador do Alto da Lapa, Francisco Alem lamentou a perda da tipuana da frente de sua casa depois de seis anos de solicitações a então subprefeitura para salvar a árvore que estava ali há mais de 30 anos. O último pedido feito por ele foi à nova gestão, já com nome de prefeitura regional.

Ao contrário das solicitações anteriores, Alem foi atendido essa semana, só que para a extração da tipuana que morreu com o descaso de gestões anteriores da subprefeitura. Quem tem fé acompanhou as missas nas paróquias católicas que esse ano trazem a Campanha da Fraternidade com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, que mostra a preocupação da igreja com a destruição do meio ambiente. Em um momento em que a devastação da Amazônia volta a aumentar após uma queda entre 2005 e 2010, plantar árvores é uma maneira de ajudar na preservação do meio ambiente.

A expectativa está no diálogo ambiental que Carlos Fernandes promete envolver todos para futuros plantios para preservação da qualidade de vida de cada um de nós.

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