Pompéia vira Perdizes na divisão imobiliária

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Especulação imobiliária para construção de prédios dobra valor do metro quadrado

A verticalização de condomínios cresce rapidamente na região da Pompéia. Com a especulação imobiliária, muitos moradores reclamam que o bairro mudou até de nome e passou a ser chamada de Perdizes.
O presidente do Centro Cultural Pompéia, Cleber Falcão, conta que já recebeu várias reclamações de moradores que se sentem desrespeitados com a mudança. “A rua Diana historicamente é Pompéia. Mas, atualmente, o setor imobiliário a classifica como Perdizes. Temos uma história que precisa ser preservada”, rebate ele.
A Pompéia que virou Perdizes nos anúncios imobiliários tem explicação. Segundo o diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio, Luiz Paulo Pompéia, a divisão da cidade é feita com base num levantamento feito em 1977, que mostra como mercado imobiliário enxergava e ainda enxerga os bairros. Por isso a região é classificada como Perdizes.
O especialista explica que a região da Pompéia vem crescendo e se valorizando em função dos bairros vizinhos: própria Perdizes, Lapa, Sumaré e Sumarezinho, onde quase não há mais espaço para as construções. “O bairro até pouco tempo tinha aspecto de interior, com vilas operárias (como das indústrias Francisco Matarazzo), com a verticalização da cidade e o aquecimento do mercado imobiliário nos últimos dez anos, a região vem emprestando o valor de Perdizes para os seus imóveis”, diz ele.
O diretor da Embraesp diz que com a ocupação quase que total de Higienópolis, o mercado imobiliário atravessou para o bairro vizinho de Sumaré, passou por Perdizes (que fica do outro lado do Vale do Pacaembu), que é residencial e horizontal, chegando até a Pompéia”.
Nos dados do diretor da Embraesp, de junho de 1996 a maio de 1998, o valor do metro quadrado era de R$ 1715,00. “Em dez anos, o valor dobrou”, conclui Pompéia.

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