Carta a Platão

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Nereu Mello

Caríssimo e nobre filósofo, discípulo de Sócrates, Mestre de Aristóteles e de toda a humanidade. Meu Mestre, meu velho e sempre amado professor.

Outro dia escrevi uma carta para o seu admirável aluno, o Ari, de quem me tornei devedor pelo seu saber tão útil no desenvolvimento da sabedoria humana e para a prática diária da maravilhosa arte de viver.

Hoje, ao me ver descendo velozmente as faldas da minha montanha pessoal, não quero chegar às fraldas do grande mar em que terei de mergulhar, sem dirigir-lhe esta carta.

Numa das minhas aulas do curso colegial, um professor meu ensinou: “Faça o que Platão ensinou. Ele disse: ponha o seu ideal nas estrelas, de tal forma que se você não as alcançar, você terá subido tão alto que você será como uma delas.”

Eu segui o conselho do meu bom professor Romualdo de Barros Monteiro: sempre pús o meu ideal bem alto. Fui ao alto da montanha e esbarrei nas estrelas fugidias.

Hoje compreendo a lição: quantas maravilhas, quantas belas coisas, quantos tesouros sem preço eu vi, eu toquei, eu possui. Tudo está no escrínio da minha alma, no “de profundis” do meu coração, mas tudo continua a confirmar o seu mito da caverna: nós só vemos sombras, o resto é imaginação…, mas tudo quanto podemos imaginar, isso podemos realizar!

Foi bom saber que você existiu e que você aprendeu com Sócrates e que você ensinou Aristóteles e, até hoje, é Mestre entre Mestres de Saber Humano.

Meu enorme amigo, foi bom escrever esta carta para você: você e outros não me deixam cair no abismo da solidão. Nós ressuscitamos os mortos amados e quase que os vemos à nossa roda…

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