Comunidade quer segurança nos vôos

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A queda do helicóptero modelo Bell 203 Jet Ranger (prefixo PT-HOQ), da Plana Brasil Táxi Aéreo, na última quinta-feira, 27, na altura do número 100 da Rua do Curtume, abre novamente a discussão sobre segurança no tráfego aérea na região.
A preocupação da comunidade que vinha debatendo o problema desde o ano passado com a Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros, ficou ainda maior com o acidente da aeronave contratada pela AES Eletropaulo, que voava baixo, enquanto fazia o serviço de verificação de linhas de transmissão na Subestação da Lapa, onde três pessoas morreram: o coordenador de linha de transmissão José Oliveira de Souza (35) e o técnico de manutenção Marcelo da Silva (30) além do piloto Átila Limp da Costa Mafra (30).
De acordo o porteiro de uma das empresas da rua do Curtume, Luis Carlos Cardoso, a aeronave voava baixo. “Quando eles voavam em cima da Rua do Curtume, o helicóptero passou rente aos prédios, o motor parou. Como tinha um rapaz em cima de uma empresa trabalhando, o piloto desviou do funcionário e da quadra de um condomínio residencial onde crianças brincavam, tocou nos fios de eletricidade, bateu no prédio, na altura do número 100, e caiu no chão, explodindo”, relatou.
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Preocupação

O vôo baixo, como constatou o vigia, é um problema antigo. Moradores e entidades representativas como a Associação de Amigos e Moradores do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba) e o Movimento Defenda São Paulo (MDSP) estiveram reunidos com a Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros, em 19 de julho do ano passado, quando foram discutidas questões relativas às rotas e vôos de helicópteros, que afetam a população dos bairros na região.
Segundo a diretora técnica do MDSP, Lucila Falcão Pessoa Lacreta, o assunto foi justamente sobre os transtornos causados pelos helicópteros que sobrevoam diariamente os bairros da região. Além disso, os representantes comunitários também estiveram com o coronel Aviador Luiz Cláudio Ribeiro da Silva, do Serviço de Proteção ao Vôo – SRPV – (em 8 de junho de 2005) discutindo também uma solução sobre o perigo das manobras áreas. “Cerca de 70 voôs passam diariamente pela Lapa”, disse ela.
De acordo com Lucila, o problema se transformou em verdadeira tortura para a vida do cidadão que fica sujeito à influência deste corredor aéreo. “Solicitamos a alteração da rota do Corredor Externo(traçado entre o Parque Antarctica, passando pelo Cebolão até a ponte do Jaguaré) que passa pelo bairro para que seu trajeto respeite o zoneamento da cidade. E onde o uso residencial não seja predominante, dando preferência para as avenidas marginais”, explicou ela. “
Segundo o presidente da Associação de Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba), Roberto Rolnik Cardoso, durante a reunião com a Abraphe, foi colocado o problema da permanência de helicópteros em vôo parado. Pedimos para que os pilotos não parem em um determinado ponto fixo por vários minutos. “É inadmissível a falta de bom senso e até o abuso de alguns pilotos que estacionam em cima da cidade por longos períodos”, lembra a diretora, com o objetivo de diminuir os ruídos produzidos pelas aeronaves e aumentar a segurança dos vôos.
A expectativa da comunidade é que depois dessa tragédia, a Abraphe tome providências quanto as reivindicações dos líderes comunitários quanto a rota de helicópteros na região.

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